sexta-feira, 17 de junho de 2011

O governo obedece às multinacionais? Cartilha em HQ de orgânicos retirada no site oficial a mando da Monsanto!

Recebi um email do amigo e prof. Dr. Hyio Laganá da UFSCAR, repassando outro email de uma profa. Dra. acerca de um impedimento que a Monsanto causou recentemente com relação a uma cartilha em HQ que defende os alimentos orgânicos. Vide a seguir para entender:

(Data recebida: Segunda-feira, 13 de Junho de 2011, 19:58

“Olá pessoas!

A cartilha "O Olho do Consumidor" foi produzida pelo Ministério da
Agricultura, com arte do Ziraldo, para divulgar a criação do Selo do SISORG
(Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica) que pretende
padronizar, identificar e valorizar produtos orgânicos, orientando o
consumidor.

Infelizmente, a multinacional de sementes transgênicas Monsanto obteve uma
liminar em mandado de segurança que impediu sua distribuição. O arquivo foi
inclusive retirado do site do Ministério (o link está "vazio").

Em autêntica desobediência civil e resistência pacífica à medida de força,
estamos distribuindo eletronicamente a cartilha.

Se você concorda com esta idéia, continue a distribuição”.

Profa. Dra. Rosa Wanda Diez Garcia)


Fui, então, pesquisar mais e achei um link tb pra mesma cartilha:

Linkhttp://www.artefatocultural.com.br/portal/uploads/cartilha_ziraldo.pdf

E um artigo que explica a questão:

http://foradomanual.blogspot.com/2009/07/ministerio-da-agricultura-pode-recolher.html

Nesse artigo ela explica que a cartilha ainda está online mas não no ministério. Veja abaixo que o link mudou, mas é para a mesma cartilha:


http://www.aba-agroecologia.org.br/aba2/images/pdf/cartilha_ziraldo.pdf


Realmente, nossa humanidade vive na corda bamba, fruto de um imperialismo monetário cujo deus Mamon (do dinheiro) arrasta num tsunami inexpugnável o destino de todos aqueles que se inteiram das consequências de mau uso de tudo no mundo, mas que se veem impedidos de continuar a melhorar seu padrão de vida devido às megacorporações que ditam as regras!
E na cartilha, bem na página 7 dela dá pra saber porque a Monsanto a proibiu: diz que os transgênicos podem colocar em risco a diversidade, e como a Monsanto trabalha com transgênicos...
O duro é ela conseguir se impor ao governo (e que governo o nosso...brrrr!) em detrimento às questões basilares da saúde humana!

Reflexões, então, gente! E (re-)ações!


Gazy Andraus, 17/06/2011

INTERESPE: APRESENTAÇÃO

INTERESPE: APRESENTAÇÃO: "O INTERESPE - Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação, teve seu início em 2005. É formado por ..."

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Thor – tura!


Não o filme. Eu o assisti duas vezes: a primeira no áudio digital no cinema. Houve uma mescla no roteiro de fases do herói do gibi – e obviamente um tanto do mito original nórdico, como o fez Stan Lee, seu criador para os quadrinhos. Porém, é de se deixar claro que este Thor do cinema pertence à Marvel, portanto um super-herói, que faz parte da formação dos Vingadores, um super-grupo. Tudo criado na fase do final da década de 1960 por Stan Lee e seus contemporâneos. O filme é muito bem dirigido por Kenneth Brannagh, mas a fala pomposa com um inglês que usa “tu” (“thou”) não aparece no filme. Em compensação, nos quadrinhos isso ainda se utiliza (pelo menos até a fase que conheço, de Walter Simonson, um dos melhores roteiristas e desenhistas norte-americano de super-heróis, com um estilo muito pessoal). O visual de Asgard com a ponte Bifrost é impecável e muito belo. O filme me pediu para ser revisto justamente por sua beleza e estética visual. As falhas principais que percebi – em especial duas gritantes – e que na verdade não eram falhas, mas sim recursos comerciais (que me irritam), foram

a) o capacete de Thor que só é mostrado no começo e depois não mais. Provavelmente para que o rosto do ator loiro atraia mais espectadoras ao cinema. Onde está o capacete quando Thor recobra seu martelo no fim do filme (com um rápido e inverossímil desenvolvimento de qualidades que ele não tinha, como compaixão e maturidade)? Por que o elmo não surgiu junto com o resto do paramento do herói?

O outro deslize (proposital, mas do qual sou contrário), é a música-rock ao final, um heavy-pop fraco (acho que do grupo Foo Fighters). Ora, o filme é baseado num herói que é uma espécie de Deus, que remonta e se reestrutura a partir de um mito nórdico. Para isso, como um épico, a trilha sonora do filme instrumental (que não é do referido grupo) está ótima, mas para o final, quando começam os letreiros e sempre aparece um rock associado a um filme de super-herói, porque não buscaram um grupo de heavy metal que apologiza sons coerentes com esse tipo de temática (épica)? Há inclusive, uma música ideal, que cujo título homônimo “Thor” de Manowar, poderia ter sido usada e fecharia magistralmente o filme. Essas manias dos produtores visarem detalhes pop e comerciais extremos, mas que não se justificam e não casam com os temas tem me deixado irritado com nosso sistema (e com a falta de coerência das produções artísticas, como essas). É comercial, sim, mas nem por isso deixa de lado um trabalho esmerado e cuidadoso, em muitos casos, como deram a esse filme. Isso porque baseado em quadrinhos, e os fãs de HQ não são bobos: têm conhecimento de mitos, de ideais etc. Ou será que estou só nesse pensamento? Pois agora, numa segunda parte desse texto, vou expor o que aconteceu-me no cinema, mostrando um pouco essa nossa juventude “extraviada”…

Gazy Andraus, 27 e 28 de maio de 2011.



Thor-tura-1!

Agora sim, para entenderem melhor a razão desse trocadilho!

Fui ao cinema pela segunda vez assistir o filme mencionado. Da primeira, foi em Goiânia-Go, e agora, de volta a minha cidade de São Vicente-SP, me deparo sem opção quanto aos filmes serem todos dublados. Parece um consenso: o único centro de compras da cidade é o que abriga os cinemas. E por sua vez, pensando que os habitantes de minha cidade são semi-analfabetos, não há mais a opção de filmes legendados por aqui…somente na cidade de Santos, que é maior e mais turística. Até aí, paciência! Fui assistir mesmo assim, e em 3-D devido ao horário, não por minha opção. O filme Thor é enganador com relação a isso: não produziram nada em 3-D à exceção do título do filme na abertura. Uma maracutaia para tirarem facilmente mais dinheiro do público, já que as sessões em que passam filmes 3-D são mais caros.

Enfim, a pior parte vem chegando: sentei-me ao lado de várias pessoas, tendo uns 4 jovens rapazes adolescentes à minha direita. Eles falavam bastante antes de começar o filme. Aguardei para ver se se aquietariam…mas não! O primeiro a meu lado era o mais agitado. Porém, antes de eu me virar para eles, e polidamente pedir-lhes que abaixassem a voz nas falas, visto que o filme era dublado, percebi que desconheciam totalmente Thor. Isto me fez lembrar que são da geração de meados para o fim da década de 1990 e cresceram embebidos de animes e mangás, quase que exclusivamente. Porém, isso não é um mal. Mal é que o universo deles se tornou extremamente limitado. Pareceu-me que ao nascerem, pensaram que o mundo (e o cosmo) se iniciou na década de 1990 com eles, numa ciência creacionista mais exagerada (se é que isso se pode conceber). Eles bradavam a todo momento alusões do filme a animações japonesas como Naruto, Goku e Cavaleiros do Zodíaco. Essas eram as bases e referenciais deles…a esses jovens, Thor é uma “cópia” misturada de elementos de animes famosos com os quais tomaram conhecimento!

Não parecem conhecer mitologias…nem greco-romanas, nem nórdicas...apenas a televisiva. Visto, por exemplo, que a própria série Cavaleiros do Zodíaco é uma mescla pós-moderna de mitologias universais de vários povos!

Esse dia, a ida ao cinema me foi uma aula importantíssima. Percebi que:

1- Nossos jovens não têm educação alguma, pois em qualquer lugar que estejam, se postam como se estivessem em suas casas…e se isso é verdade, pior ainda, pois demonstra que em seus lares não devem se respeitar e nem respeitar o próximo (familiar) passando por cima de todos e de tudo ao mesmo tempo;

2- Não existem motivações que lhes informem realmente de nossas origens como espécie humana, nossas bases míticas, nossas possibilidades de evolução nesse orbe, e inqurimentos que nos façam dosar a moral, ética e questionamentos ulteriores.

Isso, claramente, é fruto de um pernicioso sistema educacional manco, que se esforça em atirar informações sem trazer os interesses primordiais. Porém, agora tal descalabro compete com a Internet e a possibilidade desses jovens de navegarem a esmo…buscando informações, mas sem formação. Perigo iminente, porque serão eles os capitães (i)maturos de um destino no qual forjarão a continuidade de nossas civilizações, sem o mínimo embasamento e sem o mínimo cuidado (ecológico, então, nem se fale).

É um quadro sombrio: as criatividades possíveis das mentes desses jovens largadas sem um lastro, jogadas a esmo. Imagino que na política, por exemplo, serão o equivalente a esses homens incultos que nem sabem onde ficam a região norte e nordeste no mapa do Brasil (como nos foi mostrado uma vez quando repórteres do programa CQC perguntaram a deputados tal informação, mostrando-lhes um mapa, ao qual apontavam para o centro-oeste ao dizerem que ali estava a região norte, por exemplo).

Esse é um quadro grave, e só vejo uma solução bem interessante, comungando o que meu amigo pesquisador e artista multimídia Edgar Franco disse numa entrevista. Que seria interessante termos uma disciplina nas escolas, desde o início da infância à adolescência que tivesse a ver com criações de mundos fantásticos:

“A cada nova criação assim me sinto mais tolerante para com as pessoas em geral, me vejo mais doce, menos presunçoso, a minha empatia cresce no mundo real na medida em que surgem novas personagens em meu mundo ficcional! Eu sugiro aos educadores uma disciplina obrigatória chamada “Criação de Mundos Ficcionais” que deve ser ensinada em todas as séries dos ensinos fundamental e médio, considero uma disciplina como essa tão importante quanto matemática e português”. (vide em: http://www.jornalopcao.com.br/posts/opcao-cultural/um-artista-pos-humano )

Isso auxiliaria os jovens nas criações, mas não só. Eu aliaria a essa proposta que as bases dessa disciplina fossem os mitos universais que Joseph Campbell nos cansou de mostrar como importantes, e Carl G. Jung nos trouxe como impulso dos inconscientes coletivos. Seria uma disciplina que amalgamesse a possibilidade de criar universos fantasiosos, desenvolvendo o senso imaginativo e criativo dos jovens, e também o reconhecimento por parte deles de todos os mitos possíveis universais: desde religiosos como a Bíblia cristã, o indiano Baghavad ghita, o I-Ching e Taoísmo, os Egípcios, passando pelos greco-romanos e nórdicos, africanos, aos orientais e extremo-orientais, bem como os nativos indígenas do Brasil. Por exemplo: se Zeus (greco-romano) é senhor do Olimpo, equivalente a Odin em Asgard (pai nórdico de Thor), nosso Tupã poderia ser a contraparte indígena de Thor etc. Com isso, a base das morais e éticas que existem nessas narrativas míticas não se perderiam, pois que trazem instruções intuídas a nossas mentes criativas e rcaionais, moldando-nos com mais propriedade e maturidade, e não nos jogando ao léu de uma existência a qual desconhecemos tudo e não temos como dialogar e criar (porque senão, para nós, tudo seria uma variante dos Cavaleiros do Zodíaco, apenas!).

É, caros, nossas escolas se perderam e se esqueceram de criar…as narrativas, as histórias míticas trariam de novo o desconhecido e o criativo, aliado ao que já existe e à base racional que já desenvolvemos, pois se isso não fosse importante, para que ficamos criando filmes, desenhos e contos e toda sorte de histórias? Deveríamos excluir tudo isso (e até a música) e ficarmos apenas com o “essencial” imediatista e racional que nos supriria: construções racionais e matemáticas que edificam casas para nos abrigar, e economias alimentares e combustíveis para nos mantermos sem fome e em constante trânsito…apenas isso, uma vida árida de autômatos num estágio bem primário!

Somos robôs?

Duvido muito disso. Mesmo porque, os cientistas não se contentam com tais engendros...querem elaborar o “Robô” que pense como humano: o que contenha uma Inteligência Artificial não retilínea, mas paraconsistente...e criativa!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

HQ "Pedras Rúnicas"



Congresso assalta o Brasil

Ditadura dissimulada

Estamos num mundo em que as mudanças estão cada vez mais rápidas, graças à inteligência que possibilitou avanços tecnológicos.

Porém, não houve significativo avanço na moral e ética humanas, pois sendo egoístas, vimos atuando de maneira ilícita na maioria das vezes, visto que nas sociedades as pessoas que não têm o que comer ou moradia continuam largadas, salvo alguns serviços sociais que conseguimos criar.

Outrossim, elaboramos governos e máquinas autogeratrizes que nos consomem e nos fazem seguir os rumos por elas ditadas, ainda que talvez pudéssemos mudar algumas regras atualizando-as para uma vivência mais humana, no sentido fraternal.

Porém, o que vimos na atualidade é uma sucessão de horrores e atentados contra tudo o que deveria ser expurgado, pois são ações que pecam por fazer mal à maioria dos seres humanos.

Vemos insurgências no Oriente Médio nos países em que seus cidadãos – munidos com a tecnologia atual da internet – conseguem se mobilizar contra ditadores que estão há décadas no poder.

Mas quero escrever este capítulo nesse meu blog, sintetizando o que venho sentindo há anos, porém mais sufocado ainda que tenho estado com essas coisas há meses...e há dias!

Vou unir e resumir o que puder aqui, num só texto, apontando tudo que eu queria colocar, incluindo críticas regionais até universais, para eu mesmo organizar minha mente e comungar ao leitor o que tem me perturbado.

Primeiro, o mais importante na atualidade para mim:

1. Por mais que nossos políticos aparentem trabalhar ou se fazerem de importantes, eles na verdade apenas atrapalham a real distribuição equitativa e melhora de vida da sociedade brasileira. Recentemente disputaram entre o salário mínimo para R$545,00 ou R$560,00 (ou ainda R$600,00). Cada R$1,00 a mais no primeiro valor oneraria os cofres públicos em milhões mensais a mais (ou a menos), segundo eles. Ao mesmo tempo pararam momentaneamente os concursos públicos e nomeações de concursados (embora ainda vão discutir isso, inclusive com relação aos professores nas universidades e aos milhares de cargos em serviços burocráticos que necessitam de mãos de obra para adiantar trabalhos atrasadíssimos!).

Mas o principal eles não enxergam: o salário deles que foi dobrado praticamente de R$13000,00 para R$23000,00, fora os adicionais que beiram o total de R$100000,00 a cada parlamentar! Isso não só onera os cofres públicos (dinheiro de toda a população), como simplesmente depõe contra toda e qualquer tentativa e ação dos governantes de tentar enxugar a máquina!

Eles não têm absolutamente nada que os defenda de qualquer atitude, estando fora de uma lei (moral e ética), e portanto não têm absolutamente “licença” nenhuma de governar, pois já feriram o principal: ao se lhes dar este fabuloso e magnânimo salário, confessam que só pensam e deliberam para si mesmos, e todo o resto que se sacrifique.

Aqui um link importante em que um dos deputados contrários ao próprio aumento, Chiarelli, diz de maneira audaciosa que o “Congresso assalta o povo brasileiro”:

http://www.youtube.com/watch?v=m5BpAMaIW-Q&feature=related

O mesmo video está no começo desse meu texto, lá acima.

Vale a pena ver e ouvir sua fala, e perceber a falta de interesse e deseducação por parte de seus companheiros de profissão ao redor, em que não prestam atenção quando ele brada as palavras: alguns usam celular, ficam de costas ou conversam sorridentes entre si. Mostra que realmente não servem para estarem ali. Não são trabalhadores! São sanguessugas!

1.1 A ditadura dos ditadores que vemos na TV dos países do Oriente-Médio.

Não é só lá. Em face dessa maneira de governar no Brasil, em que os regentes atuam (de maneira falaciosa dizendo-se eleitos pelo “povo” – depois discuto isso com vocês melhor), já que ninguém consegue se opor a esses descalabros, mostra que há uma ditadura no país em que o governo que faz o que quer para si, ausentando-se das leis e normas: o cidadão pode arcar com punições se faltar com honestidade, mas os políticos podem realizar quaisquer mandos (e desmandos) pois estão isentos de acusações, e dessa maneira podem “trabalhar” ganhando um salário de mais de 45 vezes maior que o mínimo (sem falar os adicionais), como se fossem ditadores!

Isso também é ditadura, meus caros! Percebam e acordem! Não dizem que a UNE não se manifestou (a excetuar-se alguns estudantes que lá foram reclamar destes aumentos), porque estão mancomunados com o governo, visto que recebem verbas dele?

1.2 O povo não os elegeu, porque, a exemplo da pouca instrução que muitos desses próprios políticos demonstram (e não me refiro aos Tiriricas), como quando alguns deputados e/ou senadores apontam para a região central do Brasil (especificamente no Mato Grosso)n um mapa sem os nomes dizendo que lá ficaria o estado do Pernambuco, por exemplo (como visto no programa televisivo do CQC), a população brasileira é obrigada despoticamente a votar, sem ter noção alguma das implicações disso, e sem conhecer verdadeiramente as intenções dos políticos (sic!) e nem suas tarefas, que recitam ladainhas decoradas na TV sem que quaisquer das informações homeopáticas de poucos segundos ou minutos forjadamente mostradas pela emissão televisiva sejam reais. Um povo sem instrução porque trabalha o dia inteiro sujeito a péssimos transportes e salários de migalhas, que não lê livros - não só porque não tenha dinheiro a comprá-los – mas porque não saberia como comprá-los e nem teria energias para lê-los. Um povo massivamente manipulado pela máquina automotriz monstruosa gerada por uma mente formatada egregoramente de mentes doentes e egocentradas, totalmente deturpadas por um poder corruptor que gerou essa máquinas que agora – tal qual um monstro de Frankenstein reverso – pur si muove massacrando a grande maioria que despeja seu suor aos bolsos aquinhoados dos engravatados de cinza, sem vida criativa, mas pungentes e malévolos! Não se assemelha isso aos lordes feudais? Aos senhores de engenho? Aos ditadores que obrigam seu povo a trabalhar para si?

E então, quando isso acontece (o próprio aumento dantesco de salário), vêm duas figuras famosas e declaram mais ou menos assim:

- Cheguei num dia de sorte! Por causa do aumento (Tiririca) (Sic! Sic!)

-Eu não vou ganhar o aumento...porque meu governo acaba em dezembro e o novo salário só vale a partir de 2011 (Lula) (Sic!Sic!Sic!)

Posturas diferentes? Não, as mesmas. Um “palhaço” totalmente inconsequente; e um (ex) presidente que profere palavras “brincando” com essa situação, traindo talvez sem se dar conta de seus objetivos anteriores – os quais teoricamente foram a causa da população lhe dar o voto por duas vezes de confiança!

Por isso, caros, não importa o que se faça no Brasil: eu NUNCA, até que se mude essa postura, vou considerar nossos governantes como pessoas confiáveis! Eles terão que carregar a pecha de desonestos (ainda que haja uma minoria com boas intenções, é óbvio), enquanto não voltarem atrás e alterarem suas atitudes e minimizarem esses gastos com eles mesmos! Não importa que o Brasil esteja emergindo, na minha visão, não está! Não enquanto o maior mal exemplo vem de cima! Nada fará com que a realidade seja a que pintam...há um câncro, um câncer em nosso seio, em nossa nação, e está corroendo com força nossa índole!

2- O que me leva a outro ponto: os transportes municipais do Brasil: há muitos anos atrás fui a Florianópolis para um evento acadêmico e os estudantes estavam duelando com a empresa de ônibus que não colocava veículos suficientes nas linhas e tinha as passagens caras...em Goiânia, desde sempre, e desde que instituíram o “sitpass”, ingresso no ônibus que o cidadão tem que sair para caçá-lo, pois o motorista não recebe em dinheiro, e os cobradores foram retirados. Nessa capital de Goiás, há uns 3 ou 4 anos, nem adiantou a população por fogo nos ônibus (isso não é aconselhável: mas foi o que fizeram, e nada adiantou) para exigir melhorias. Até hoje a passagem é cara, as linhas têm poucos ônibus nas ruas (uma capital!), e o cidadão, não sabendo que tem direito a embarcar mesmo que não tenha o sitpass, tendo dinheiro, sai à cata do pequeno papel retangular, perdendo seu tempo e caminhando debaixo do sol fustigante para achar onde comprar os famigerados passes! Ora, se é para andar, para que esperar o ônibus? A empresa não coloca a disponibilidade desses passes de maneira fácil.

O poder público se cala!

Mas o pior vem agora.

Na cidade em que vivo, São Vicente, desde meus 8 anos de idade (1974), havia uma péssima empresa de ônibus que foi vendida na década de 1990 para a Viação Piracicabana, que se mostrou similar à anterior: passagens caríssimas (mais de 3 reais, num recente aumento, para quem quer pegar um ônibus que vá de São Vicente a Santos: são cidades siamesas, é bom lembrar: grudadas e não muito grandes).

Além disso, vide essa reportagem na TV em que os estudantes universitários têm que penar à noite para esperar um ônibus que surge somente a cada meia hora, lotando logo:

http://www.tvtribuna.com/videos/?video=6752&idcat=14

Poucos anos atrás eu vi em uma matéria do jornal televisivo local que a empresa maquiava as planilhas dizendo que não havia aumento do número de passageiros! Estamos cada vez mais numerosos nesse país, mais ainda em cidades litorâneas com o turismo e as praias, e eles tiveram coragem de anunciar esta inverdade!

Não bastou uma semana para ninguém mais falar nisso. Hoje voltaram os jornais a questionar a empresa que vai rever a situação...mas o que acontece é simples: sem fiscalização dos órgãos competentes (prefeitura) e sem concorrência, a empresa põe poucos ônibus, gastando menos veículos e ganhando mais, já que o “gado” vai acabar pegando ônibus, ainda que apertados e espremidos.

Foi graças a isso que aprendi a andar e a correr sem esperar ônibus nessas cidades: pelo menos me deixaram saudável, mas sei que o tempo é importante aos trabalhadores que têm que chegar logo ao local de trabalho.

E não colocando ônibus suficientes, fazem com que a população adquira mais carros, poluindo e tornando o tráfego cada vez mais intenso...e deixando o cidadão cada vez mais endividado, pois muitos acabam não conseguindo pagar integralmente os carros adquiridos em mais de 50 vezes que lhes são tomados de volta (isso ninguém divulga).

3- Outro caso que me assola a alma: um programa televisivo chamado “QuizTV” que parece ter origem na Hungria e passa em vários países (além do Brasil já o presenciei na Argentina).

Não quero me alongar detalhadamente. Mas é importante que se divulgue essa ignomínia que retira subrepticiamente o dinheiro do massacrado povo brasileiro. É um programa que deveria ser proibido, como o é o bingo. Pois se o bingo é recreativo, e este Quiz também, ambos tornam os jogadores enclausurados perdendo seu dinheiro. Ouso dizer que o Quiz é pior! Pois o telefone está ao lado do público, em sua própria residência, que vendo na TV palavras embaralhadas, liga ao programa (telefone celular interurbano para uma cidade do interior de São Paulo) e se sujeita a longos minutos respondendo questões simplórias e “acumulando” pontos. O contrato no site deles revela pormenores:

http://www.quiztv.com.br/

A pessoa não vai responder ao vivo tão cedo assim...ela, depois de responder questões tem que esperar a chamada da produção mediante critérios e pontuação para, enfim, tentar acertar as palavras embaralhadas. Se a pessoa contemplada errar, ela ganha uma média de R$ 300,00 (não em espécie), mas até aí já gastou o mesmo tanto (ou muito mais) nos longos telefonemas que fez...muitas reclamações aparecem em sites acerca da dubiedade do programa e dos débitos e dívidas com empresas telefônicas que o cidadão acaba arcando: gastos de R$30; R$40, até R$400 ou mais reais...num salário de pouco mais de R$500,00!

E o governo se cala! Por que? Os contratos desta empresa Quiz devem ser muito bons ao Governo, à TV...às empresas de telefonia! Os impostos que são gerados devem afagar os egos dos governantes que, afinal, precisam receber seus polpudos salários!

Não discuto aqui que o cidadão “ligou por que quiz...ops, desculpe o trocadilho: porque quis”. Não, não ligou porque quis, não. O programa tem apresentadores preparados tecnicamente para, com suas falas e seus gestos seduzirem as pessoas pelo emocional: que é o que a publicidade faz. Vide que em anos pretéritos, os produtos que a propaganda trazia revelavam mais especificações técnicas...e na atualidade o emotivo é muito mais destacado e relevado. Sabe-se que isso seduz as pessoas, ainda mais despreparadas e de pouca informação. Porém, o contrato do Quiz TV está na Internet e nem todos têm acesso...a pessoa é ludibriada e não tem clareza das regras.

Sumariamente, este programa deveria ser coibido, proibido, banido e multado! Não é assim que o governo age com os bingos e jogos de bicho? Ah, é, mas não age contra suas tele-penas (quero dizer, tele-senas), loterias e quinas...

País longe, muito longe de ser o que apregoa o governo: potencial tem, mas sufocado!

Pobre é o país, porque educação básica é uma das piores do mundo...não auxiliando o cidadão a expandir seu neocortex cerebral, deixando-o cansado com um trabalho massacrante para sobreviver e uma vida sem criatividade!

Criamos uma máquina monstruosa que não é enxergada claramente...aparentemente todos temos chances iguais e somos “livres” para opinar e decidir!

Ledo e terrível engano, ilusão maléfica e nebulosa!

Cuidado, ser humano, você não tem tanto livre arbítrio assim: uma porcentagem já foi ditada pelos seus genes...outra pela educação básica familiar e social que lhe formatou a mente...e outra forçosamente enfiada em você para que possa sobreviver nessa(s) sociedade(s) formatada(s) e pronta(s) para você se encaixar nela(s)...ou ser um excluído, pária e vagabundo sem chances de uma vida digna o mínimo possível!

Cuidado com suas próprias opiniões: podem não ser as suas! Na verdade, nunca são! Sempre são amálgamas com todo um grupo: porém, o grave é quando elas se tornam suas sem terem sido antes! Talvez parte delas tenha sido implantada enquanto outra parte aos poucos foi sendo extirpada...Podem ter sido geradas pelos outros, pelas mídias, pelos sistema que o envolve...e você descuidadamente assiná-las pensando serem suas plenas elaborações!

O livro “Escuta Zé-Ninguém” de William Reich expôs isso no século passado: seu autor advertiu que a criatividade humana estava sendo solapada. E devido a isso sua energia vital também: por isso adoecemos! Ninguém lhe deu ouvidos e o tacharam de louco! Hoje sua obra demonstra uma atualidade premente!

Caros: estou com essas críticas entaladas em mim mesmo há muito, e esse meu blog é para eu poder dar vazão aos assuntos que verifico serem imperiosos e que não estamos nos atentando!

Temos que buscar a consciência: aquela que Krishnamurti advertiu e Gandhi experimentou! A vontade de abrir caminho para o novo e para o que deve ser humano e fraterno. Talvez só isso importe. Pois daí viria o novo, o criativo, o caminho para uma união entre o humano e o espiritual (no sentido de autoconhecimento e comunhão cósmica)...a ponte que Nietzsche disse que deve ser construída somente por cada um de nós...advertindo que a individuação não exclui o universo, como alertou Carl G. Jung (vide minha HQ acima que traz algo sobre isso)...

E se não estivermos conectados nessas linhas de pensamento, estaremos trabalhando menos essas áreas da mente de nossos cérebros neuroplásticos, dando espaço para outras áreas mais egoístas e que têm sido cada vez mais amplificadas por um sistema manco que fomos criando.